A vez do alumínio

A vez do alumínio

Capa: A vez do alumínio

Depois de um avanço de 13% no ano passado, a demanda global por alumínio deve crescer em torno de 12% em 2011, segundo projeções da multinacional americana Alcoa, líder mundial na produção e tecnologia do material. No Brasil, o cenário segue a mesma tendência, em especial na indústria da construção civil. A estimativa da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) é de que o consumo de alumínio na construção cresça 12% neste ano, acima da média de 11% prevista para o segmento.

 

 

Para dar conta do aumento da demanda, a Alcoa tem concentrado altos investimentos no aumento de sua capacidade produtiva no País. “Há muito otimismo para os próximos anos, pelos eventos previstos e pelas grandes oportunidades que já aparecem em diferentes mercados, entre eles o da construção civil. A Copa do Mundo e Olimpíada têm estimulado reformas de aeroportos, novos portos, construção de hotéis e estádios”, afirma José Carlos Cattel, diretor da Divisão de Extrudados da Alcoa. “Diante de todas essas oportunidades, o alumínio terá papel fundamental, assim como a Alcoa, ao fornecer não só o material, mas também
tecnologia e soluções em alumínio.”

 

Antecipando-se a esse cenário, a Alcoa programa investir este ano cerca de R$ 455 milhões, dos quais R$ 119 milhões serão aplicados em geração própria de energia e o restante nas operações de mineração e metalurgia. A empresa anunciou, ainda, investimentos de R$ 23 milhões em sua fábrica de Pernambuco, para ampliar a produção e conter o avanço das importações, especialmente da China. 

 

Parte dos recursos são para aumentar em cerca de 42% a fabricação de perfis anodizados – alumínio para aplicação de revestimento protetor ou decorativo em superfícies metálicas – um salto de 700 para 1000 toneladas mensais. Esses materiais são usados na construção, principalmente no Norte e Nordeste. “Vemos perspectivas maiores de demanda em cidades que serão sedes da Copa, com destaque para o Rio de Janeiro, e também nas regiões Norte e Nordeste, por estarem recebendo grandes investimentos, como nas usinas de Belo Monte e do Rio Madeira e o Porto de Suape”, ressalta Reginaldo Otsu, gerente de Produto de Extrudados da Alcoa.

 

 

Nos últimos cinco anos, a companhia investiu R$ 118 milhões na operação pernambucana. A produção de chapas e folhas de alumínio crescerá 8%. Também com vistas a atender o mercado da construção civil, a Alcoa prevê um investimento de R$ 50 milhões, até 2012, em sua unidade em Tubarão, Santa Catarina. As obras começaram em junho e, até o fim deste ano, devem ser aplicados R$ 5,7 milhões em máquinas e equipamentos.

 

A expansão da unidade visa atender construtoras e serralherias, setores que representam aproximadamente 70% do faturamento total da empresa. O momento aquecido da construção civil, ao lado do setor automotivo e o de embalagens, pode ajudar a Alcoa a alcançar níveis expressivos de crescimento. “A produção de perfis extrudados (janelas, portas, telhas) deve aumentar 10% e a de laminados 6%. As grandes obras em andamento e o aumento de encomendas de indústrias e fabricantes de bens de consumo apontam para essa tendência”, afirma Cattel.