Crescimento sem risco

Crescimento sem risco

Capa: Crescimento sem risco

Ampliar a gama de produtos no ramo vidreiro e, simultaneamente, penetrar em setores em que ainda não atuava, vendendo diretamente para distribuidores e pequenos instaladores. Esses foram os principais objetivos da Abrasipa, líder nacional no segmento de polimento para vidros, ao trazer para o Brasil o GForce 2, um sistema de remoção de riscos em vidros inédito no País. “Riscos em vidros sempre foram um problema e vão continuar a ocorrer”, comenta o diretor da empresa, Daniel Leicand. “A cadeia vidreira, desde o fabricante até o distribuidor, beneficiador e instalador, ainda não dispunha de uma solução adequada para isso no Brasil.”

 

Fabricado pela GlasWeld, líder global na fabricação de soluções para o reparo, restauração e proteção de vidros, o sistema recupera vidros comuns, temperados, laminados, curvos e espelhos, removendo riscos e manchas sem causar distorções óticas. “Até hoje, o sistema mais utilizado para tirar os riscos é composto por uma politriz, feltro e óxido de cério”, explica Leicand. “Mas o óxido de cério é importado exclusivamente da China, de custo elevado, e, além de demandar muito tempo para a execução do serviço, gera o chamado efeito lente.”

 

Por ser abrasivo, o óxido de cério tira os arranhões ao corroer a superfície até a profundidade do risco, polindo-a em seguida, o que, além de comprometer o vidro visualmente, é proibido em vidros automotivos. “O sistema de remoção de riscos da GlasWeld, vendido no Brasil com exclusividade pela Abrasipa, funciona de maneira diferente. Ele recompõe o risco com o próprio material do vidro”, esclarece. “O vidro é um material amorfo e, quando sofre um risco, forma uma cavidade afundada, sem que necessariamente haja perda de material. A matéria é afastada para as laterais, criando o esbranquiçado que normalmente vemos nos riscos. Esse sistema de remoção de riscos realoca a camada utilizando seus três princípios: a alta velocidade, a temperatura e o composto químico especial.”

 

Leicand ressalta que o equipamento funciona para qualquer tipo de risco, arranhão ou mancha, e é vendido pela Abrasipa em duas versões: Gforce2 Pro, e Gforce2 Essentials. “A máquina que compõe os sistemas é a mesma; o que os diferencia são os tipos e a quantidade de acessórios que acompanham o kit.”

 

Gforce2

Gforce2: kit completo acompanha todas as ferramentas e acessórios 

 

O custo benefício, garante o diretor, é incontestável. “O setor vidreiro sofre muito com os riscos que ocorrem durante todo o processo de produção, principalmente os ocasionados por outra chapa de vidro. Quando o risco é profundo, a peça tem de ser descartada”, comenta. Somando-se os custos da peça aos gastos para refazer o trabalho e ao atraso na produção, que pode comprometer a credibilidade do atendimento, a perda é significativa. “Imagine a possibilidade de uma peça grande e cara, que pode atrasar e trazer problemas com o cliente, ser recuperada em alguns minutos”, observa o diretor. “Certa vez fomos fazer uma apresentação para um cliente e, para demonstrar o funcionamento do produto, removemos o risco de uma peça de descarte. Salvamos um vidro laminado de 9 m², algo que, por si só, já teria pago boa parte do sistema.” 

 

Lançada em maio na Glass South America, a solução transformou o estande da Abrasipa em uma das principais atrações do evento, ao reservar um espaço dedicado à demonstração do equipamento, que também poderá ser conhecido de perto entre os dias 17 e 20 de outubro, durante a Fesqua-Vitech. “Apesar de ser comercializado mundialmente há oito anos, o GForce não era conhecido no Brasil. Quando o apresentamos na feira foi uma novidade muito bem recebida, mesmo para quem costuma frequentar feiras internacionais”, comenta o diretor. 

 

Trazer esse sistema para o Brasil, diz Leicand, era um desejo antigo da empresa. “Mas achávamos que o mercado não estava pronto. Agora, com o rápido crescimento e profissionalização do setor e a diversificação dos serviços no ramo do vidro, identificamos o momento certo. E não poderíamos estar mais satisfeitos com os resultados.”

 

Alianças globais

 

A proposta do GForce 2 acompanha outros lançamentos que a empresa reservou para 2012, como a borracha de tirar riscos em alumínio anodizado, que, segundo Leicand, já é sucesso entre instaladores de janela e box. “Com esses lançamentos, a Abrasipa, que sempre foi líder no Brasil em rebolos de polimento de vidro, tem se comunicado mais com toda a cadeia vidreira, por meio de sua marca e de seus produtos.”

 

A parceria com a GlasWeld se deu de maneira natural. “Conhecíamos o produto deles por conta de feiras internacionais e sempre quisemos comercializá-lo. Eles de fato criaram o sistema de remoção de riscos sem distorção ótica”, enfatiza Leicand. Recentemente, relata o diretor, a Abrasipa foi procurada pela GlasWeld para uma parceria no Brasil especialmente focada no vidro plano. “Já que 80% das vidraçarias do país já são nossos clientes de rebolos de polimento, a parceria conosco era óbvia. Hoje temos um contrato de exclusividade dos sistemas de remoção de risco em vidro da GlasWeld no Brasil.” Outros exemplos de produtos da GlasWeld comercializados pela Abrasipa são o ProClean, líquido para tirar manchas do vidro, inclusive irisações de água, e os sistemas de reparo de pára-brisa automotivo. 

 

Com uma meta de ter 35% de suas vendas destinadas ao mercado externo até 2015, a Abrasipa se apoia em ações e parcerias internacionais para crescer no mercado. A empresa já exporta para países como Estados Unidos, Canadá, China e algumas nações do Oriente Médio e da Europa. Em 2011, fechou uma parceria com a BestChem, uma das maiores fabricantes de selantes e silicone para vidros da Argentina, que passou a distribuir todos os produtos da Abrasipa voltados para o mercado vidreiro – rebolos periféricos, rebolos copos, rebolos de filete, limas, discos de retífica etc. A todo, são cerca de 340 produtos exportados. “Ainda que a atual crise europeia não seja um momento favorável a esse crescimento, temos uma estratégia bem consolidada de crescimento e internacionalização”, comenta Lecand.