Seção

Arquitetura e Vidro

Tudo menos o óbvio

Cobertura em São Paulo destaca o vidro estrutural como recurso para “quebrar a rotina”

28/10/1950

“A piscina é formada por uma caixa envidraçada, em que foram realizados inúmeros estudos de superestrutura, com redimensionamento de carga sobre a laje em função do peso do vidro adicionado ao da água”

Buscar soluções inovadoras para valorizar os espaços sociais e promover entre os ambientes o máximo de integração possível. Este foi o mote que norteou a arquiteta e designer de interiores Fernanda Marques ao projetar esta cobertura  duplex de 800 m2, em São Paulo. “Fugir do óbvio e abusar da tecnologia foram meus fios condutores”, diz a arquiteta.

 

Conceitos como integração e transparência foram aplicados em cada detalhe. Acompanhado do aço inox e da madeira, o vidro é o grande destaque entre os materiais estruturais e de acabamento especificados sob consultoria do arquiteto Paulo Duarte. Os degraus da escada e a caixa do elevador que acessam o andar superior, por exemplo, foram propostos em vidro estrutural clear temperado e laminado, com o propósito de integrar o living ao home theater e à área externa. “Quando usado como estrutura, o vidro confere muita transparência e leveza. Por meio dele foi possível desimpedir ao máximo a vista do ter-
raço”, explica Fernanda.

 

caixa do elevador

O fechamento da caixa do elevador e os degraus da escada que o contorna foram feitos em vidros laminados de temperados, os mesmos aplicados na piscina e no piso do mezanino, onde estão apoiados em vigas de aço

 

Na área externa, uma arrojada piscina também projetada em vidro clear dá sequência à linguagem visual imprimida pela arquiteta a todo o projeto. “A piscina é formada por uma caixa envidraçada, em que foram realizados inúmeros estudos de superestrutura, com redimensionamento de carga sobre a laje em função do peso do vidro adicionado ao da água”, explica Paulo Duarte. A parede lateral, de 7,00 m x 1,40 m, recebeu vidros de grande espessura (60mm), estruturados com elementos verticais também de vidro, engastados no piso.

 

No andar de cima estão a suíte máster e demais suítes, mais um home theater íntimo e um salão de fitness com equipamentos ultramodernos. “A suíte máster foi privilegiada na localização, com vista para a piscina, tanto do quarto como da sala de banho”, descreve a arquiteta.

 

Aspectos como iluminação, grau de incidência solar e ventilação também foram privilegiados. “No terraço externo, propusemos uma cobertura metálica com vidro de controle solar, retrátil e automatizada, de forma a valorizar a iluminação natural. Mesmo fechada, ela permite que os ambientes sejam lavados de luz.”
Os vidros estão presentes, ainda, no piso do mezanino, apoiado em vigas de aço inoxidável. Os guarda-corpos foram executados em vidros laminados temperados de 12  + 12 mm + 3 PVB, fixados com “botões” semelhantes aos usados no sistema spider-glass na frente das vigas de concreto armado ou de aço.

 

Segundo Fernanda, um dos grandes desafios do projeto foi a execução da caixa do elevador e dos degraus da escada de vidro. “Queria um resultado limpo e leve. A escada chega ao pavimento superior em uma passarela também de vidro clear, sustentada por uma estrutura metálica revestida em aço inox e sustentada por vigas de vidro estrutural”, descreve.

 

A montagem e os projetos executivos das estruturas envidraçadas ficaram a cargo da Penha vidros e da T2G. Fornecedora do material, a Glassec Viracon foi responsável por temperar e laminar as peças nas dimensões solicitadas. No total, o projeto de Fernanda recebeu cerca de 70 metros quadrados de superfície envidraçada.

 

Escadas de vidro

Deixe seu comentário